Caso foi registrado em Araguaína, no norte do Tocantins, e a administração do hospital registrou um boletim de ocorrência.
Golpistas estão se passando por médicos e ligando para famílias de pacientes internados por causa da Covid-19. Eles pedem dinheiro e afirmam que os valores são necessários para realizar uma “bateria de exames”. O caso foi registrado em Araguaína, no norte do Tocantins, e a administração do hospital registrou um boletim de ocorrência.
A tentativa de golpe é feita pelo celular. Um homem que está com a mãe internada no Hospital Municipal Eduardo Medrado – Unidade Covid-19 – recebeu a ligação. O criminoso, que se passava por diretor da unidade, disse que a paciente precisava fazer exames que não só eram realizados de forma particular. Veja o diálogo abaixo
Durante a ligação, o suposto médico insistiu na realização dos exames afirmando que o quadro de saúde da mãe da vítima era grave.
- Golpista – Sou doutor Cássio Lacame, sou médico responsável pela UTI Covid, aqui do Hospital Municipal. Ontem na parte da tarde foi coletada uma pequena amostra de sangue da dona [….] e quando o médico chegou aqui pra mim, o resultado do exame, que a dona […] está com uma infecção hemorrágica na região do pâncreas, onde está piorando o quadro da sua mãe.
- Parente de paciente – Sei, doutor.
- Golpista – Ela teria que passar por uma bateria de exames, onde o resultado do exame mostrará o local dessa infecção e será elaborado uma medicação.
- Parente de paciente – Certo, doutor. Então outra situação, o senhor sabe me dizer qual o valor desse procedimento, dessa UTI móvel e esses exames, para a gente levantar esse capital?
- Golpista – É, até mesmo a UTI móvel ficou no valor de R$ 550 e a medicação ficou R$ 450. O senhor confirmando esse pagamento eu já vou tá pedindo agora.
Após perceber que se tratava de um golpe, a vítima procurou a direção do hospital.
“A ligação eu recebi no dia dez, por volta de 9h30. Eu conversei com esse cidadão que se passou por médico, por volta de sete minutos. Desconfiei, fui até a unidade e descobri que era um golpista. Na verdade não tinha esse médico lá prestando serviço.”
Para quem tem um parente internado em uma unidade hospitalar e recebe uma ligação como essa a primeira reação é de desespero. Com o psicológico abalado, a vítima acaba cedendo ao golpista e repassa o dinheiro exigido para o tal tratamento. Quando se dá conta de que caiu em um golpe é tarde demais.
Segundo o diretor do Instituto Saúde e Cidadania, que administra o hospital municipal, várias famílias foram procuradas pelos golpistas. Ele alerta que as unidades que atendem pelo SUS não cobram por procedimentos ou tratamentos.
“Todas as unidades administradas pelos Isac no município são públicas e gratuitas. Jamais entraremos em contato com algum familiar solicitando algum tipo de doação ou custeio de procedimento, exame ou outra coisa”, disse o diretor Waldemar Cardoso.
O hospital registrou o caso na Polícia Civil e orienta que quando alguém receber uma ligação como essa deverá procurar a unidade de saúde para se informar e relatar o ocorrido.