logo

Conecte conosco

Contratos investigados durante operação foram assinados em período eleitoral, diz delegado

Dinheiro repassado pela Fundação Municipal de Esportes para entidades eram desviados para empresas fantasmas. Policiais cumpriram 24 mandados de prisão durante operação Jogo Limpo.

A operação Jogo Limpo, deflagrada nesta segunda-feira (26), investiga 10 contratos firmados pela Fundação Municipal de Esportes e Lazer (Fundesportes), em outubro de 2014, durante o período eleitoral. O delegado Guilherme Rocha, responsável pelas investigações, detalhou o esquema que causou um rombo de R$ 3 milhões. Segundo ele, a fundação repassava dinheiro a federações esportivas do estado, mas o recurso era destinado a empresas fantasmas.

“Houve chamamento público para convênios com a Fundesportes de entidades no segmento de esportes, federações e associações esportivas para repasse de subvenções sociais, que é o dinheiro destinado para essa política pública. Foi feito um credenciamento de entidades e as entidades receberam esse repasse e aplicaram esse dinheiro em empresas fantasmas. Ou seja, os serviços e materiais que seriam adquiridos ou prestados conforme o projeto apresentado não foram feitos. Sabemos que esse contrato foi feito para lavagem de dinheiro”, explicou Rocha.

O caso começou a ser investigado há cerca de seis meses, após um pedido do Ministério Público Estadual. O delegado explicou que o chamamento público envolve 40 contratos. Destes, 10 são alvos da operação.

Rocha contou que, normalmente, um contrato é concluído em 90 dias, mas que nesse caso, a fundação levou menos de quatro dias para repassar o dinheiro às federações.

“O que causou estranhamento foi a velocidade da tramitação administrativa desses procedimentos, que, em certos casos, foram assinados os contratos, pagos e já encaminhados os pagamentos para as empresas fornecedoras de materiais em menos de quatro dias”.

Do recurso que as entidades recebiam, cerca de 90% eram destinados a empresas de fachada. Sete delas estão sendo investigadas, sendo que só uma realmente existe. As outras não possuem sequer uma sede.

“Um exemplo é uma associação de artes marciais que recebeu quase R$ 300 mil e simulou que pagou a uma empresa. Ela recebeu 200 quimonos, centenas de luvas de boxe, sendo que ninguém aqui em Palmas recebeu esses equipamentos dessa associação. Nem sequer o evento dessa associação teve esse montante de gente”, explicou.

Em nota, a prefeitura de Palmas disse que não tem nenhum compromisso com erro e que quando a Fundação Municipal de Esportes percebeu as dificuldades da prestação das contas por partes da entidades conveniadas, ordenou um processo de tomada de contas para corrigir possíveis erros.

A prefeitura afirma que não foi detectado má fé, apenas dificuldade das entidades em prestar contas. E que nenhum servidor da Fundesportes foi preso ou citado na lista dos investigados.

Policiais civis cumpre mandado de busca e apreensão na Fundação Municipal de Esportes e Lazer (Foto: Dinaredes Parente/TV Anhanguera)

Policiais civis cumpre mandado de busca e apreensão na Fundação Municipal de Esportes e Lazer (Foto: Dinaredes Parente/TV Anhanguera)

Presos

Durante a operação, cerca de 100 policiais cumpriram 24 mandados de prisão temporária e 33 de mandados de busca e apreensão em Palmas e mais quatro cidades: Paraíso do Tocantins, Nova Rosalândia, Paranã e Miracema.

Foram presos:

  • Aryane Gomes Leitão;
  • Juarez Barbosa de Sousa Junior
  • Lucioano Godoy de Oliveira
  • Simone Mudesto da Silva Maciel Vilanova
  • James Paulo Maciel Vilanova
  • Cleonice Mudesto da Silva
  • Norma Silvia Matheus Sparvoli
  • Jades Alberto Avelio
  • Rodinely de Ousza Oliveira
  • Rafael Fortaleza Matos Aires do Nascimento
  • Denir Maurício Rodrigues da Siqueira
  • Vagno Cerqueira
  • Ricardo Antônio Pereira da Costa
  • Núbia da Silveira Prado
  • Luiz Carlops Crispoim da Silva
  • Jucilene Teixeira Bonfim
  • Gracinei Mota
  • Charllyngton Fábio da Silva
  • Abgail da Silva Costa Serpa Freitas
  • Daniel Henrique Costa Batista
  • Desudete da Silva Melo
  • João Paulo Rodrigues Souza

Operação

A Operação Jogo Limpo foi realizada na manhã desta segunda-feira (26) contra uma organização criminosa suspeita de lavagem de dinheiro. O foco da 1ª fase é a atuação do grupo na Fundação Municipal do Esporte e Lazer (Fundesportes).

Policiais cumpriram mandados de busca e apreensão no prédio da Prefeitura de Palmas, localizada na praça do Bosque, no Instituto de Previdência Social de Palmas e na Fundação Municipal. Eles apreenderam documentos, computadores, processos de compras e contratos firmados de 2014 até este ano.

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não a do Portal do Amaral. Compartilhe suas opiniões de forma responsável, educada e respeitando as opiniões dos demais, para que este ambiente continue sendo um local agradável e democrático. Obrigado.

+ LIDA DA SEMANA