Os tocantinenses irão às urnas neste domingo, 3, para escolher o responsável pela administração do Estado até dezembro deste ano. O pleito suplementar é resultado da cassação de Marcelo Miranda (MDB) e Cláudia Lelis (PV) do cargo de governador e vice-governadora, respectivamente, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Sete candidatos disputam o Palácio Araguaia neste sufrágio extraordinário: Vicentinho Alves (PR), Kátia Abreu (PDT), Mauro Carlesse (PHS), Carlos Amastha (PSB), Márlon Reis (Rede), Mário Lúcio Avelar (Psol) e Marcos Souza (PRTB).
Em plena campanha ao Palácio Araguaia, a Polícia Civil apreendeu uma aeronave em Piracanjuba, em Goiás, com R$ 500 mil em espécie e mais dois quilos de material gráfico da coligação encabeçada por Marcelo Miranda em setembro de 2014. O caso não impediu a vitória do emedebista, que foi alçado ao governo do Tocantins pela terceira vez um mês depois. Entretanto, o episódio rendeu uma Ação de Investigação Eleitoral (Aije) do Ministério Público, apresentada em janeiro de 2015.
Em agosto de 2015, por 3 votos a 2, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) julgou improcedentes a representação do Ministério Público (MPE). Segundo o relator do caso, juiz José Ribamar Mendes Júnior, não ficou provado que os recursos apurados na investigação ministerial – além dos R$ 500 mil apreendidos no avião e outros R$ 1 milhão foram rastreados pela quebra de sigilo bancário – foram aportados ou direcionados para a campanha de Marcelo Miranda.
O Ministério Público e a coligação “A Mudança Que a Gente Vê”, do ex-governador Sandoval Cardoso (SD) apresentaram recurso, rejeitado pela relatora do caso, ministra Luciana Lóssio – que já deixou o TSE. Para a magistrada, não há como fazer a ligação direta entre os R$ 500 mil apreendidos em um avião em Piracanjuba e a campanha eleitoral de Marcelo Miranda. “Esse dinheiro pode ter ido para outros candidatos do MDB, inclusive”, ponderou em março do ano passado.
Após a manifestação a relatora, pedido de vistas do presidente do TSE, Luiz Fux, paralisou o julgamento. O processo voltou à pauta no dia 23 de março deste ano, com o voto do ministro pela cassação de Marcelo Miranda e Claudia Lelis. Acompanharam Fux os ministros Rosa Weber, Admar Gonzaga, Luiz Roberto Barroso e Jorge Mussi. Votos contrários apenas o de Lóssio, do ano passado, e do ministro Napoleão Nunes Maia Filho.
Eleição suplementar
Com a decisão, Marcelo Miranda e Cláudia Lelis deixaram o Palácio Araguaia, mas retornaram por 11 dias após o ministro Gilmar Mendes, do Supremo, suspender liminarmente efeitos do acórdão até que embargos de declaração da defesa fossem julgados e publicados. A cassação definitiva aconteceu no dia 17 de abril e a eleição suplementar foi convocada para o dia 3 de abril.
Sete candidatos se apresentaram para o pleito extraordinário: os senadores Vicentinho Alves (PR) e Kátia Abreu (PHS), o governador interino Mauro Carlesse (PHS), o ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB), o advogado Márlon Reis (Rede), o procurador da República licenciado, Mário Lúcio Avelar (Psol) e o empresário Marcos Souza. Alguns registros foram questionados devido a prazos de desincompatibilização, filiação partidária e até domicílio eleitoral, mas os ministros do TSE, em acordo, decidiram flexibilizar essas normas pela excepcionalidade da eleição.
Confira abaixo o perfil dos candidatos:
Carlos Amastha
Carlos Amastha é empresário apaixonado. Chegou a Palmas há mais de 15 anos, onde criou um sistema de educação a distância e o shopping Capim Dourado. Foi eleito prefeito de Palmas por duas vezes. Destaca ter implantado na Capital: a energia solar, o Capital da Fé, o Resolve Palmas, creches noturnas;
Amastha tem 57 anos, é casado com Glô Amastha e tem três filhos e quatro netos. Fala cinco idiomas e é nascido na Colômbia, mas se naturalizou brasileiro há 35 anos.
O ex-prefeito se coloca como sendo conhecido pela sua coragem, capacidade de administrar e vencer desafios.
Vicentinho Alves:
O senador Vicentinho Alves nasceu em Porto Nacional, Tocantins, filho de Vicente de Paula Oliveira e Ana Alves de Oliveira. É casado com Adailde Alves de Oliveira e pai de Raimundo Aires Neto Alves, Vicente Alves de Oliveira Junior, Thiago Tapajós Alves de Oliveira e Mariana Alice Alves de Oliveira.
Piloto comercial, empresário e agropecuarista, iniciou sua vida pública elegendo-se prefeito de sua cidade natal, Porto nacional. Foi Presidente da Associação Tocantinense de Municípios (ATM), deputado estadual por dois mandatos, presidente da Assembleia Legislativa, Secretário-Geral da União Nacional dos Legislativos Estaduais (UNALE), governador interino do Tocantins e deputado federal.
Como Senador da República foi primeiro secretário da Mesa Diretora, líder do Partido da República no Senado Federal e coordenador da bancada federal do Tocantins.
Mauro Carlesse:
Mauro Carlesse nasceu no município de Terra Boa, Paraná, 25 de junho de 1960. No Tocantins, ocupou-se como empresário e agropecuarista. Iniciou a carreira política ao se filiar ao Partido Verde (PV) em 2011, quando então já exercia a presidência do Sindicato Rural de Gurupi. Foi candidato a prefeito daquela cidade nas eleições de 2012. Em 2013, filiou-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e candidatou-se a deputado estadual em 2014, conquistando uma vaga para a 8ª Legislatura. Atualmente é filiado ao Partido Humanista da Solidariedade. No dia 08 de julho de 2016 foi eleito presidente da Assembleia Legislativa para o biênio que termina em 2019.
Kátia Abreu:
A senadora Kátia Abreu (PDT) nasceu em Goiânia, Goiás, em 2 de fevereiro de 1962. É filha de João Luiz Duarte de Abreu e Vera Lúcia Feresin de Abreu e tem três filhos: Irajá, Iratã e Iana Maria. A pedetista é psicologia de formação e casada com Moises Gomes. Mora no Tocantins desde a divisão do Estado.
Iniciou sua vida pública na cidade de Gurupi em 1994, como a primeira mulher no Brasil a presidir um sindicato rural. Foi também a primeira mulher a presidir uma Federação de Agricultura e Pecuária no Brasil.
Kátia Abreu foi também a primeira mulher a presidir a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil, em 2007, que congrega mais de 5 milhões de produtores rurais. e, ainda, a primeira mulher a ocupar o cargo de ministra da Agricultura.
Exerceu, como suplente, o mandato de deputada federal na legislatura 1999-2002. Em 2002 foi a deputada federal mais votada do Tocantins. A terceira proporcional do país e, naquele ano, foi uma dos 23 deputados que alcançou a legenda própria com 76.810 mil votos.
Elegeu-se em 2006 senadora. A primeira senadora eleita na história do Tocantins, sendo reeleita em 2014 para mais oito anos no Senado.
Licenciou-se do Senado em 2015 para assumir o Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil, onde permaneceu até maio de 2016. Atualmente é presidente licenciada da Federação da Agricultura e Pecuária do e Tocantins, onde foi reeleita.
Márlon Reis:
Márlon Reis, 48 anos, tocantinense de Pedro Afonso, é advogado especialista em Direito Eleitoral e Partidário e com atuação nos Tribunais Superiores. É Doutor em Sociologia Jurídica e Instituições Políticas pela Universidade de Zaragoza. Foi juiz por quase 20 anos no Maranhão.
É um dos idealizadores da Lei da Ficha Limpa, que impede a participação eleitoral de candidatos que tenham sofrido condenações criminais em âmbito colegiado. Considerado pela revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes de 2009.
Em julho de 2012, foi o único brasileiro selecionado, entre 460 líderes, para representar o Brasil no “Draper Hills Summer Fellows”, encontro mundial sobre cidadania, direitos humanos e mobilização social, na Califórnia, Estados Unidos, a convite da Universidade de Stanford.
Marcos Souza:
Natural de Dom Cavati, Minas Gerais, Marcos Souza é cristão, casado há 42 anos com Marlene e é pai de 3 filhos: Marcos, Marcelo e Mariana. Sempre foi empreendedor, atuando na iniciativa privada. Chegou ao Tocantins em 20 de maio de 1989, dia do lançamento da pedra fundamental.
Em 1994, Marcos Souza foi eleito vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Palmas (Acipa), permanecendo no cargo até 1999. Em uma dessas ocasiões, assumiu interinamente a presidência, período no qual foi responsável pela realização da 1ª Feira de Negócios da Capital (Fenepalmas).
Em 2006, assumiu a presidência da Agência de Trânsito, Transporte e Mobilidade de Palmas, permanecendo no cargo até 2008. Neste período, implantou o novo sistema de transporte coletivo na Capital. Marcos afirma ter otimizado as rotas e ter conseguido a redução do valor da passagem para o usuário do transporte coletivo. Iniciou também o trabalho de implantação das ciclovias na capital, projeto que alega ter sido abandonado pelos gestores posteriores.
É graduado em Gestão Pública, e se lança como candidato ao governo do Tocantins pelo Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB)
Mário Lúcio Avelar:
Avelar é formado em Economia e Direito. Foi promotor de justiça em Araguacema, Pium, Colméia, Augustinópolis, Araguatins e Tocantinópolis. Como Procurador da República, combateu esquemas de corrupção que saqueavam os cofres públicos do Tocantins. Defendeu o povo tocantinense dos desmandos políticos desde os primeiros anos de criação do Estado. Ficou reconhecido por defender as minorias e os menos favorecidos..