Os números da pandemia do novo coronavírus no Brasil, nas duas últimas semanas, indicam que o País vive o início de uma segunda onda. Uma Nota Técnica divulgada em 22/11/20 por cientistas brasileiros de instituições de ensino superior de diversos Estados têm revelado a realidade. Desta forma, o Governo do Tocantins por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (Fapt) contactou pesquisadores do Estado para falar sobre o assunto, e todos foram unânimes em reafirmar sobre a importância dos cuidados de prevenção contínua e de protocolos integrados.
A presente análise é baseada em dados oficiais fornecidos pelo Ministério da Saúde (MS) e das Secretarias Estaduais de Saúde de cada estado desde o início da pandemia de COVID-19 no Brasil. Segundo dados do órgão federal de saúde atualizado em 24/11/20, foram registrados 630 casos de mortes em 24h. Além disso, a pandemia já provocou a infecção 6.118.708 (seis milhões, cento e dezoito mil e setecentos e oito), pessoas desde o primeiro caso em fevereiro deste ano. Informações detalhadas no https://covid.saude.gov.br/. Diante dos números é importante destacar que cada estado tem sua característica e as estatísticas devem ser observados com cuidados, principalmente no que tange aos casos subnotificados.
Apesar do Estado do Tocantins ter um pouco mais de 6% da população infectada, não é motivo para descuidar. “Não podemos baixar a guarda, e as medidas de segurança não podem ser relaxadas pelas pessoas, pois os casos aumentam muito rápido. O Governo do Tocantins está fazendo seu papel, mas se a população não ajudar, fica difícil coibir essa nova onda do Covid 19. Toda medida de contenção contribui para a redução das infecções, o que evita taxas de internações e ocupação em hospitais. Faça sua parte, pois essa doença mata, então previna se”, ressaltou o Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (Fapt), Márcio Silveira.
Segundo o Professor Adjunto do Curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia do Campus de Gurupi da Universidade Federal do Tocantins (UFT), e pesquisador do Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS/To), Fabricio Souza Campos, a situação de emergência varia a cada semana, mas se deve observar o número de casos e mortes. “A segunda onda da COVID-19 já está aí. As pessoas estão cansadas e relaxando as medidas de prevenção (como uso de máscaras, higiene das mãos, evitar aglomerações, etc). O grande problema desse vírus sãos os portadores assintomáticos, sobretudo jovens, que se infectam e transmitem o vírus para pessoas idosas ou com comorbidades. Então a medida é redobrar os cuidados consigo e com as pessoas a sua volta, evitando locais com grande quantidade de pessoas. Seja responsável e tenha paciência, pois a expectativa é que em seis meses a vacina esteja apta para imunização”, explicou o cientista tocantinense.
“O problema não é a mutação do vírus, mas a rapidez da transmissibilidade e a importância dos cuidados contínuos de prevenção para impedir mortes, principalmente de idosos em situação de vulnerabilidade social e os que não puderam se isolar. É um equívoco pensar que a economia é mais importante do que a saúde, muito pelo contrário, ambas são igualmente importantes e precisam estar integradas, com medidas articuladas e pactuadas entre governos, empresários, trabalhadores e a sociedade em geral”, explicou o Doutor em Biociências e Saúde pela IOC-Fiocruz, Médico especializado em saúde pública que atua como pesquisador do Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS/TO) na Universidade Federal do Tocantins (UFT), Neilton Araújo de Oliveira.
Para o médico, a nova onda está vindo e não existe nenhum medicamento, somente estudos que estão a todo vapor para o desenvolvimento da vacina que tem ótima potencialidade e estará disponível para a população mundial em 2021 e mesmo assim não vai ser suficiente para imunizar todos no primeiro momento.
“Fica o alerta para que todos se preparem para a nova onda do coronavírus. É preciso ter condições adequadas e protocolos definidos para que as escolas, serviços essenciais, transportes, a fim de manter a orientação permanente de lavar as mãos, usar álcool em gel, evitar aglomerações e uso rigoroso de equipamento de proteção individual em ambiente público. A Vida é mais importante do que qualquer outra coisa. E nossa maior preocupação e com os profissionais de saúde que estão suscetíveis e correndo risco na prática da profissão, por isso fica o alerta sobre a falta de leitos para todos em Unidade de Terapia intensiva (UTI),” ressaltou Oliveira.