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Irmãos de 11 e 12 anos pedem ajuda para reformar casa após verem risco de parede desabar sobre a cama: ‘Dorme com medo’

Mãe, pai e irmã mais velha dos dois estão desempregados. Eles vivem na zona rural de Guaraí e temem acidentes principalmente quando chove.

Dois irmãos de 11 e 12 anos fizeram um vídeo pedindo ajuda para reformar a casa onde vivem na zona rural de Guaraí, região norte do Tocantins. Isso porque a estrutura da residência tem rachaduras e está colocando toda a família em risco. A mãe das crianças, Edilene Pereira de Sousa de 39 anos, conta que todos da casa estão desempregados e por isso não conseguem arcar com o valor da obra. Preocupados, os irmãos resolveram pedir ajuda: “A parede está caindo”.

Quem aparece no vídeo é Ytinih Chrystal Fideles e o irmão mais novo, Ytiuã Chrystian Fideles. Com a ajuda da irmã Yasmin Chrystal, que tem 18 anos e é estudante de pedagogia, eles divulgaram as imagens nas redes sociais.

Ytiuã conta que a ideia de pedir ajuda surgiu quando a irmã do meio confessou que ficava com medo na hora de dormir. “Minha irmã que teve a ideia e quem filmou foi a Yasmim. Aí nós fomos tentar. Minha irmã viu que a parede ia cair em cima dela. Ela dormia com medo”, disse.

No vídeo os irmãos mostram os problemas estruturais nas paredes, telhado e piso. “Nossa casa está em estado crítico. Nós precisamos urgentemente arrumar a parede que está caindo. Quando chove molha tudo dentro. As telhas não estão boas e não temos condições de trocar”, disse Ytinih.

Eles contam ainda que os móveis da casa são improvisados e também precisam ser trocados. Uma das camas foi partida ao meio e as outras são amarradas para não desmontar.

“A minha cama era uma cama de casal do meu pai e da minha mãe e nós cortamos ela no meio para dar pra mim porque ela já estava muito velha. Todas as camas já estão amarradas com arame. Estão bem danificadas. O chão também está cheio de buraco”, disse o menino.

Vídeos divulgados nas redes sociais de Yasmim durante a madrugada do último sábado (10), enquanto chovia, mostram que a casa ficou alagada. “Quando chove é uma correria para tirar tudo do lugar. Chove muito aqui no quarto”, disse ao mostrar goteiras ao lado de uma cama.

Após a divulgação da campanha de arrecadação a família recebeu doações de alguns sacos de cimento, areia e dois pedreiros voluntários derrubaram parte da área da casa sem cobrar pelo serviço. Agora eles precisam do restante dos materiais para a realização da obra.

Dificuldades e a reação da mãe

A mãe Edilene Pereira de Sousa disse que ficou surpresa com a atitude dos três filhos. Ela conta que teve medo da reação das pessoas e com possível bulling caso as imagens fossem compartilhadas, mas concordou porque precisava de ajuda.

“Não queria por causa da exposição. Eles não têm dimensão do que poderiam passar e achei que iria aparecer mais gente pra julgar do que para ajudar. Eles disseram que como não estão tendo aula e quase não saem de casa, não se importavam”, contou Edilene.

A mulher conta que no início do ano a família tinha um bar, mas o estabelecimento pequeno faliu durante a pandemia. No mesmo período o marido Wemerson Fidelis da Silva, que trabalha como mecânico de motocicletas, ficou desempregado. Edilane é boleira, mas não vende os produtos há mais de dois anos porque não tem forno em casa.

A filha mais velha, que vendida doces para ajudar no sustento da casa, também parou de comercializar por conta da queda nas vendas após o surgimento da Covid-19. Depois disso as cinco pessoas da casa passaram a ser sustentadas com o valor disponibilizado pelo programa Bolsa Família.

A dona de casa diz que o maior sonho é ver a felicidade dos filhos com a casa reformada. “Quero ver cada um com seu quartinho, com o guarda-roupa. Fica tudo guardado nas caixas. Nós vamos ficar muito felizes”, disse Edilene.

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