Reunião para a finalização do processo de revisão do Projeto Político Pedagógico (PPP) das unidades do Sistema Socioeducativo do Tocantins ocorreu nesta sexta-feira, 31, com a presença de autoridades da política de atendimento, Sistema de Justiça, sociedade civil e socioeducandos.
Para finalizar o processo de revisão do Projeto Político Pedagógico (PPP) do Sistema Socioeducativo, administrado pela Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju), representantes de várias unidades socioeducativas do Estado, da Secretaria da Educação, Juventude e Esporte (Seduc), adolescentes em cumprimento de medida e familiares estiveram reunidos na manhã desta sexta-feira, 31, na sede da Seciju. O Projeto Político Pedagógico vai nortear as ações de todas as unidades socioeducativas do estado do Tocantins.
A revisão visa aperfeiçoar o atendimento e reconhecer as especificidades das unidades de atendimento socioeducativo do estado. “Hoje, essa reunião tem a finalidade de apresentar o processo de reformulação e revisão do Projeto Político Pedagógico (PPP) que foi feito por cada unidade, com a participação das equipes, da sociedade, adolescentes, autores da política de atendimento ao adolescente em cumprimento de medida socioeducativa, ou seja, de forma democrática”, explicou Maria Silva de Moraes, psicóloga da Unidade de Semiliberdade (USL) e responsável técnica pela revisão do Projeto.
O Projeto Político Pedagógico (PPP), contempla os eixos norteadores da política de atendimento ao adolescente em conflito com a lei, conforme prevê a Lei 12.594 de 2012, que institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), em conformidade com as diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). ”Este documento é a alma da política de atendimento, quando temos este documento sendo utilizado de forma efetiva, temos quatro anos de organização, e ele será revisado anualmente, logo, sempre estaremos atualizados às necessidades dos adolescentes”, observou Talyta Borges, psicóloga do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Palmas, que possui, atualmente, 28 adolescentes.
Rosângela Ferreira da Rocha Sá, pedagoga da USL, emocionada, explicou que não foi fácil reunir o histórico e dados do Sistema Socioeducativo para executar este desafio que para ela precisa ser mais reconhecido pela sociedade. “Essa revisão foi tratada como um trabalho científico, a fim de compor um documento que refletisse a realidade das unidades, mesmo com tempo reduzido. Foram várias propostas que foram colocadas e estas vão ajudar muito, inclusive na construção de programas e projetos futuros”, salientou.
Alguns socioeducandos estiveram presentes na reunião e se mostraram felizes em poder participar, pois puderam apresentar seus anseios. “Acho que vai mudar o dia a dia de todos os adolescentes no Sistema, atendendo nossas necessidades segundo nossas próprias propostas”, resumiu L.F.G.F, 16 anos. Já o adolescente S.F.L, de 15 anos, mostrou o interesse na vida profissional. “Nós, da Unidade de Semiliberdade (USL) aqui de Palmas, sugerimos que tenhamos sempre cursos para estudar e também profissionalizar, para já sairmos da unidade com emprego e restaurar nossas vidas [sic]”.
O superintendente do Sistema de Proteção dos Direitos da Criança e do Adolescente da Seciju, Gilberto da Costa e Silva, explica que a forma como está sendo construído é o grande diferencial deste projeto. “Essa forma de construção, que agrega valores entre as equipes das unidades é um marco histórico, pois envolve todos, alinha anseios e apresenta um caminho comum de efetiva evolução na técnica de execução da política de atendimento ao adolescente em cumprimento de medida socioeducativa”, garante.
Ao final do evento, todos os participantes receberam da comissão de revisão mudas de plantas frutíferas do cerrado em alusão à semente que foi plantada com o início do projeto. O gesto indica que os resultados começam a aparecer, mas precisam de cuidados para gerar frutos.
