Enquanto fazia faculdade, Michel Thomé, 35, trabalhou em algumas consultorias de formatação de franquias em São Paulo. Durante esse período, ele aprendeu muito sobre o setor e nutriu o desejo de ter o próprio negócio.
O sonho começou a tomar forma quando identificou um terreno que seria atrativo para uma hamburgueria, em sua cidade, São José do Rio Preto (SP). A esposa de Thomé, Marcela Tarraf, 32, embarcou na ideia e os dois colocaram a Melting Burgers de pé, em 2013.
De food truck a drive-thru
Thomé queria franquear o negócio, mas sabia que precisaria se diferenciar do que já era oferecido pelo mercado. A primeira ideia foi abrir food trucks, mas ele pensou que esbarraria em leis municipais distintas que impediriam o crescimento do negócio.
O empreendedor entendeu que implementar um modelo de drive thru funcionaria em São José do Rio Preto, pois ainda não tinha visto nada parecido com hambúrgueres mais elaborados, no estilo gourmet.
Tirou toda a “frescura”
Para diminuir o preço dos pratos, ele apostou na redução dos custos do negócio. Primeiro, era necessário aumentar o ritmo de produção para se aproximar do atendimento de redes de fast food, como o McDonald’s. Para isso, ele desenvolveu todo o processo de montagem do lanche na cozinha, com funcionários para cada etapa.
Para tirar a “frescura” da conta, eles não mexeram em ingredientes: a carne é da raça Angus, o pão é de brioche, os condimentos passam por queijo brie, geleia de pimenta, crispy de mandioquinha e de banana e maionese produzida diariamente.
A aposta foi simplificar o próprio restaurante: poucas mesas; guardanapos comuns, em rolos; e embalagens que facilitam o consumo para viagem. O objetivo é que funcione como pick and go. “Apesar de estarem em praticamente todas as grandes cidades do país, as hamburguerias premium sempre foram pouquíssimo inclusivas. Era nessa falha em que eu queria trabalhar”, comenta Thomé.
Modelo de expansão é por cotas
Para abrir mais lojas, o casal escolheu uma alternativa aos moldes convencionais de franquia: venda de cotas para investidores. A própria Melting, por meio do fundo CoBiz, faz a gestão. Os investidores recebem uma participação.
Na primeira rodada, foram consideradas três unidades: uma em Olímpia (SP) e duas na capital paulista. A cada rodada, são aceitos 30 investidores, que totalizam R$ 500 mil por restaurante. Ou seja, um total de R$ 1,5 milhão. O primeiro grupo de unidades conseguiu levantar o valor em seis meses. Para 2020, o plano é abrir cinco restaurantes, em duas rodadas de investimento diferentes.
Cada cotista tem participação de 10% no negócio e tem preferência para investir em rodadas futuras. De acordo com Thomé, a Melting assume todo o risco da operação, além de ajudar a acelerar a expansão.
Atualmente, a rede possui sete lojas, sendo quatro próprias e três nesse modelo de cotas. O faturamento nos últimos 12 meses foi de R$ 7 milhões.
O empreendedor explica que o foco do negócio será diferente, de acordo com a localização. Em cidades menores, a estratégia será drive thru. Já em cidades como São Paulo, a maior parte do faturamento deve vir do delivery. A primeira unidade aberta na cidade funciona na região do Jardim Paulista.