Sidiney de Oliveira Silva era defensor dos povos indígenas e da preservação ambiental na Ilha do Bananal
O brigadista Sidiney de Oliveira Silva, de 44 anos, foi assassinado na porta de sua casa no último sábado (15). Conhecido por seu vasto conhecimento e atuação na proteção da Ilha do Bananal e dos povos indígenas, Sidiney foi morto a tiros em um crime que ainda está sendo investigado por quatro delegacias da região sul do estado. Até o momento, nenhum suspeito foi identificado ou preso.
Um Protetor Dedicado à Região
Sidiney atuava como brigadista combatendo incêndios florestais, especialmente os de grandes proporções que frequentemente atingem a Ilha do Bananal e cidades adjacentes. No ano passado, ele foi selecionado como chefe de esquadrão do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ele também tinha expertise no uso do equipamento Sling Dragon, utilizado em queimas prescritas a partir de helicópteros.
Para este ano, Sidiney já havia sido contratado pelo Ibama para continuar seu trabalho na temporada de estiagem. Infelizmente, ele não teve a chance de iniciar suas atividades, sendo assassinado antes.
Repercussão e Lamento
Diversas entidades manifestaram pesar e indignação com a morte de Sidiney. A Fundação Nacional do Índio (Funai) destacou seu profundo conhecimento da região e sua importância na proteção dos indígenas. Bolivar Xerente, coordenador da unidade da Funai de Palmas, ressaltou a contribuição de Sidiney para questões ambientais e os direitos indígenas. Guilherme Martins, coordenador de Política de Proteção e Localização de Indígenas Isolados da Funai, descreveu Sidiney como um defensor incansável da Ilha do Bananal.
Sidiney também deu apoio logístico às equipes da Funai em 2019, quando indígenas isolados foram avistados durante um sobrevoo de helicóptero. Ele era presidente da Associação de Brigadistas da Brigada Federal (Brif) Nordeste, e o Observatório dos Povos Indígenas Isolados (OPI) também lamentou sua perda, enfatizando a importância de seu trabalho para a população local.
Detalhes do Crime e Investigação
Sidiney foi atingido por dois tiros por volta das 7h30, na porta de sua casa, localizada no centro de Formoso do Araguaia. Uma ambulância foi chamada, mas ele não resistiu aos ferimentos. Sua irmã o encontrou ferido após ouvir os disparos. Um vizinho relatou à polícia ter visto uma motocicleta com um homem de jaqueta e capacete observando o local antes do amanhecer. Os tiros fatais foram disparados de uma espingarda, e o atirador estava escondido em uma casa abandonada em frente ao local do crime.
O corpo de Sidiney foi velado no sábado e enterrado no domingo (16), no cemitério municipal de Formoso do Araguaia. Ele deixou esposa e três filhos.
Força-Tarefa na Investigação
As investigações estão sob a responsabilidade da 84ª Delegacia de Polícia de Formoso do Araguaia, com apoio da 3ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP – Gurupi), da 8ª Divisão Especializada de Combate ao Crime Organizado (DEIC – Gurupi) e da 7ª Delegacia Regional da Polícia de Gurupi. A Polícia Federal também está ciente do caso e poderá auxiliar nas investigações por meio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Tocantins (FICCO/TO).