Há 21 vacinas em estágio mais avançado no mundo; duas são testadas no Brasil
A Rússia anunciou nesta segunda-feira que concluiu testes de uma vacina contra o novo coronavírus e que pretende iniciar a imunização já em agosto deste ano. Com isso, o país é o primeiro do mundo a concluir os ensaios clínicos da vacina em seres humanos.
“A pesquisa foi concluída e provou que a vacina é segura”, disse Yelena Smolyarchuk, chefe do centro de pesquisas clínicas da Universidade Sechenov, à agência de notícias estatal TASS.
Desenvolvida pelo Centro Nacional de Pesquisa para Epidemiologia e Microbiologia Gamalei, a vacina ainda passará por testes bioquímicos, processo que deve ser finalizado em setembro, mês que o Ministério da Saúde do país pretende iniciar a produção em massa por meio de laboratórios da rede privada.
Os testes clínicos começaram em junho, quando a universidade Sechenov agrupou 38 voluntários remunerados para o estudo. Parte deles já receberá alta nesta quarta-feira (15), ao completar 28 dias em isolamento. Eles ainda serão acompanhados por mais seis meses.
Oficialmente, dados divulgados pelo governo da Rússia apontam que o país é o quarto do mundo com o maior número de pessoas contaminadas pelo coronavírus. São 730 mil pessoas infectadas e mais de 11 mil mortes.
Outras vacinas
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos 21 vacinas estão em estágio mais avançado de testes em humanos. Duas delas estão no Brasil: a de Oxford e chinesa Sinovac Biotech, que tem parceria do Instituto Butantan. As duas estão na fase 3 de testes.
Nesta segunda-feira (13), o Butantan começou a receber a inscrição de voluntários para testar a vacina contra a doença. Serão 9 mil voluntários, todos profissionais de saúde que atuam no combate à Covid-19.
Pfizer e a BioNTech
A Pfizer e a BioNTech anunciaram nesta segunda-feira que duas de quatro possíveis vacinas que estão desenvolvendo contra a Covid-19 receberam status de “fast track” da FDA, como é conhecida a agência reguladora de medicamentos e alimentos dos EUA. A designação acelera o processo de revisão pela FDA e facilita o desenvolvimento de novas drogas.
Em reação à notícia, as ações das empresas operam em forte alta no pré-mercado em Nova York. Às 8h20 (de Brasília), o papel da Pfizer subia 2,1% e o ADR da BioNTech saltava 5,2%.