Presidente dos EUA decide não concorrer em 2024 e endossa vice-presidente para disputa contra Trump
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou neste domingo (21) que não buscará a reeleição em 2024, apoiando a vice-presidente Kamala Harris para liderar a chapa democrata. Em comunicado no X (antigo Twitter), Biden afirmou que cumprirá seu mandato até janeiro de 2025 e destacou a importância de focar nos deveres presidenciais restantes.
“Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente. E embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu me afaste e me concentre exclusivamente em cumprir meus deveres como presidente pelo restante do meu mandato”, escreveu Biden.
Kamala Harris, ao agradecer o apoio de Biden, prometeu unir o Partido Democrata e os Estados Unidos para derrotar Donald Trump nas eleições de novembro. Em resposta à desistência de Biden, Trump declarou no Truth Social que Biden “não estava apto para concorrer à presidência”.
O ex-presidente Barack Obama também se pronunciou, elogiando Biden como “um patriota da mais alta ordem”. Biden foi vice-presidente durante os dois mandatos de Obama, de 2009 a 2017.
A decisão de Biden ocorre após pressões internas do partido e questionamentos sobre sua capacidade cognitiva, intensificados por um mau desempenho em um debate contra Trump em junho. A crise se agravou com Biden diagnosticado com Covid-19 na última quarta-feira (17), levando-o a suspender eventos de campanha e entrar em isolamento.
A decisão final de desistir da candidatura foi tomada neste domingo e surpreendeu muitos funcionários da Casa Branca. “Na noite passada, a mensagem foi para seguir em frente com tudo, a todo vapor. Por volta das 13h45 de hoje, o presidente disse à sua equipe sênior que havia mudado de ideia”, revelou uma fonte à Reuters.
O Partido Democrata ainda não anunciou oficialmente quem será o novo candidato para enfrentar Trump nas eleições de novembro. A Convenção Nacional Democrata, que formalizará o candidato do partido, ocorrerá entre 19 e 22 de agosto.
Durante a disputa televisionada no final de junho, Biden apresentou voz rouca e hesitou em diversos momentos, enquanto Trump manteve uma postura assertiva. Este debate foi considerado o “início do fim” para Biden, de 81 anos, aumentando as dúvidas sobre sua aptidão para mais quatro anos de mandato.
Veja a íntegra do comunicado de Joe Biden:
Meus queridos americanos,
Nos últimos três anos e meio, fizemos grandes progressos como nação. Hoje, a América tem a economia mais forte do mundo. Fizemos investimentos históricos na reconstrução de nossa nação, na redução dos custos de medicamentos prescritos para idosos e na expansão do atendimento de saúde acessível para um número recorde de americanos. Prestamos cuidados extremamente necessários a um milhão de veteranos expostos a substâncias tóxicas. Aprovamos a primeira lei de segurança de armas em 30 anos. Nomeamos a primeira mulher afro-americana para a Suprema Corte. E aprovamos a legislação climática mais significativa da história do mundo. A América nunca esteve melhor posicionada para liderar do que estamos hoje.
Sei que nada disso poderia ter sido feito sem vocês, o povo americano. Juntos, superamos uma pandemia de uma vez por século e a pior crise econômica desde a Grande Depressão. Protegemos e preservamos nossa democracia. E revitalizamos e fortalecemos nossas alianças ao redor do mundo.
Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente. E embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu me afaste e me concentre apenas em cumprir meus deveres como presidente pelo resto do meu mandato.
Falarei à nação mais detalhadamente sobre minha decisão ainda esta semana. Por enquanto, permitam-me expressar minha mais profunda gratidão a todos aqueles que trabalharam tão duro para me ver reeleito. Quero agradecer à vice-presidente Kamala Harris por ser uma parceira extraordinária em todo esse trabalho. E permitam-me expressar minha sincera gratidão ao povo americano pela fé e confiança que vocês depositaram em mim.
Acredito hoje no que sempre acreditei: que não há nada que a América não possa fazer quando fazemos juntos. Só temos que lembrar que somos os Estados Unidos da América.