Associação e moradores se juntam para recuperar nascentes e áreas degradadas em Taquaruçu

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Associação e moradores se juntam para recuperar nascentes e áreas degradadas em Taquaruçu

Desmatamento e queimadas têm sido risco constante para os rios da região que abastecem Palmas. Uma das áreas atendidas recebeu mais de 10 mil mudas.

Associações e proprietários rurais da região de Taquaruçu e Taquaruçu Grande estão se mobilizando para recuperar áreas que foram degradas ao longo dos anos. O desmatamento e as queimadas têm sido um risco constante para os rios da região, que abastecem Palmas.

Uma das áreas recebeu 102 mudas em um projeto piloto desenvolvido pela Associação Água Doce. O objetivo é evitar o assoreamento do ribeirão Taquaruçu grande e recuperar a mata ciliar.

“Aqui é uma proposta de restauração de uma APP que estava totalmente degradada e que levava muita terra para o rio por estar totalmente desnuda”, disse a presidente e voluntária da associação, Noeli Sturmer.

Em uma das áreas, além do replantio, foi necessário cavar bacias de contenção para evitar que a água que desce da serra acabe levando terra para dentro dos rios durante as chuvas. “Essa água descia em uma velocidade muito grande e ia assoreando o rio. Estava ficando uma coisa enorme. Eu acredito que se a gente não tivesse feito esse trabalho de bacia de contenção aqui já teria degradado todo esse solo”, disse o produtor rural Edimar de Oliveira.

Entre as árvores plantadas estão espécies nativas e exóticas. O reflorestamento na região de Taquaruçu une dois fatores importantes, preservação e renda. Em uma das regiões foram plantadas cerca de 10 mil árvores.

O engenheiro florestal Dyego Reis fala sobre a importância das ações. “Nós temos o primeiro efeito que é a redução do avanço do efeito estufa, que é uma preocupação mundial e o aquecimento global. Com o reflorestamento nós temos um freio, uma barreira para esse avanço”, afirma.

Apesar do interesse da comunidade, a presidente da associação Água Doce cobra mais ações dos órgãos competentes e até da iniciativa privada.

Queimada e desmatamento

 

No Tocantins a preocupação não é apenas com o desmatamento, pois todos os anos o estado também é muito afetado pelas queimadas. De janeiro até o dia 16 de setembro foram 8.427 focos de calor em todo estado. Em todo ano passado foram 10.090 focos.

Em 2020 o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) informou ter constatado 3,7 milhões de hectares desmatados. Em 2019 o número foi surpreendente: 54,6 milhões de hectares.

Outro dado importante é relacionado aos autos de infração por desmatamento ilegal. Foram 83, totalizando R$ 5,9 milhões, até agora em 2020; contra 150 multas com valor somado de R$ 6,9 milhões no ano passado.

O que diz o poder público

A Prefeitura de Palmas afirmou que o programa Água Viva está em andamento para recuperação das nascentes e reflorestamento de áreas degradadas. Porém, a Fundação do Meio Ambiente não informou quais medidas práticas ou prazos de execução. A nota afirma que a participação da comunidade é importante, assim como dos proprietários de terras.

O diretor de recursos hídricos da Secretaria de Meio Ambiente do Tocantins, Aldo Azevedo, afirmou que desde 2018 foram recuperadas 50 nascentes na região de Taquaruçu, além de outras 50 na bacia do rio Lontra, no norte do estado.

Ele falou ainda sobre a instalação de um viveiro de mudas em convênio com o campos da Universidade Federal do Tocantins em Gurupi. “Temos capacidade para produzir 200 mil mudas. Com isso a gente vai expandir esse projeto para todo estado. O importante não é só braço do governo do estado, tem que ter o envolvimento da comunidade”, afirmou.

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