Segundo a polícia, ela estaria favorecendo detentos em Araguaína. Operação da PC cumpriu cinco mandados de prisão em duas cidades.
Uma advogada foi presa suspeita de favorecer detentos do presídio Barra da Grota, em Araguaína, norte do Tocantins. Elza da Silva Leite, 32 anos, foi capturada pelos policiais quando atendia um cliente na unidade, nesta terça-feira (21). A prisão faz parte da operação Fênix. No total, os policais civis cumpriram 12 mandados contra suspeitos de integrar organização criminosa especializada em tráfico de drogas.
A advogada foi levada para a delegacia para prestar esclarecimentos. Durante o tempo em que ficou no local, demonstrou tranquilidade e negou todas as acusações. “Eu não devo nada, eu tenho uma consciência tranquila e limpa de que nunca cometi crime nenhum, muito menos estes a que são atribuídos a mim”. Ela está presa no 2º Batalhão da PM emAraguaína.
A advogada foi indiciada pelos crimes de falsidade ideológica, lavagem de capitais e organização criminosa. “No linguajar popular, ela atuava na forma de ‘correria’ dos traficantes já presos e da organização, realizando pagamentos, transferindo dinheiro, mantendo cartão de crédito, passando recados e diversas outras condutas que não coadunam com o exercício da advocacia”, explicou o delegado José de Anchieta.
Conforme as investigações, ela teria recebido em maio do ano passado cerca de 5 mil dólares roubados de uma casa de câmbio do estado de Goiás.
“Esse dinheiro, ela comercializou na cidade de Araguaína dando uma falsa aparência de licitude alegando para as pessoas que compraram, que teria recebido aquilo como pagamento de honorários advocatícios e já devolveu o dinheiro em moeda nacional, sem nenhuma restrição para os autores do roubo”, explicou o delegado José Anchieta.
A operação teve início dentro do presídio Barra da Grota, com a ajuda da direção da unidade. A suspeita surgiu depois de várias apreensões de drogas dentro das celas. A advogada estaria envolvida em uma esquema de falsidade ideológica para facilitar a entrada de mulheres na unidade.
O diretor Jean Carlos Gomes explica que Elza falsificava certidões de união estável destas mulheres com presos para que elas pudessem entrar com drogas no presídio. “Foi constatado pela direção, através do cartório do presídio, que várias mulheres que diziam ter unidade estável com reeducandos, algumas nem ao menos conhecia o reeducando”, disse.
A Secretaria de Segurança Pública do Tocantins informou que para agilizar o processo de confecção de algumas escrituras, a advogada, a mãe dela e a cunhada se colocavam como testemunhas dos processos, mas as duas parentes nem sequer conheciam os presos e as mulheres.
Durante as investigações, os policiais também apuraram que um mesmo reeducando, em um período de dois anos, teve cinco companheiras, sendo que três delas coincidiam com os períodos declarados nas respectivas escrituras.
Outras prisões
Mais quatro mandados de prisão foram cumpridos contra Genir Lopes da Silva e Eliosmar Alves Rabelo, o qual já estava preso no presídio Barra da Grota; Jardiel dos Santos Lopes, preso na Casa de Prisão Provisória de Palmas e Mirislanny da Silva Veras, presa na Unidade Prisional Feminina da capital.
Também foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e três de condução coercitiva nas duas cidades.
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