O Ministério Público do Tocantins (MPTO) obteve nesta terça-feira, 20, a condenação de Gabriel Sousa Pereira, 19 anos, a seis anos e seis meses de prisão pelos crimes de induzimento ou instigação ao suicídio, uma das modalidades de crimes julgados pelo rito do Tribunal do Júri, e associação criminosa qualificada.
A sustentação oral no Tribunal do Júri foi feita pelo promotor de Justiça Argemiro Ferreira dos Santos Neto.
Segundo o MP, Gabriel associou-se a outros dois adolescentes, menores de idade, com a intenção de realizar um massacre em uma escola de Palmas, em horário de aula. Os três planejavam usar armas de fogo e armas brancas. Os dois menores estudavam em uma escola, e Gabriel, em outra.
As tratativas entre os envolvidos iniciaram em 2020, e se prolongaram ao longo de 2021 e 2022, mas os ataques não foram concretizados porque o caso foi descoberto por policiais do FBI, nos Estados Unidos, que remeteram imediatamente as informações ao Ministério da Justiça.
A suspeita foi informada, então, à Polícia Civil do Estado do Tocantins, que realizou mandados de busca e apreensão na casa dos envolvidos, confirmando a veracidade dos fatos.
Além de planejar o crime na unidade de ensino, o acusado instigou ao suicídio os outros dois envolvidos no caso, firmando com eles uma espécie de “pacto de morte”. O objetivo era que todos se suicidassem após a chacina.
Em encontros presenciais e online, o réu passou a introduzir, nas conversas com os adolescentes, o assunto de massacres em escolas, a exemplo do que ocorreu em Columbine, nos Estados Unidos (que deixou 15 mortos) e em Suzano, em São Paulo, que terminou com dez óbitos. Em ambos os casos, os autores dos homicídios se suicidaram.
“A frequência e a intensidade da abordagem do tema nas conversas entre os três fez passar de mera elucubração lúdica para a cogitação séria de um projeto de levar a cabo um genocídio contra outros adolescentes”, argumentou o Ministério Público.
Inicialmente, o réu começará a cumprir a pena em regime fechado.