A ossada identificada é de indivíduo do sexo masculino, com estatura estimada de 1,89 metros e idade estimada entre 20 e 35 anos
A Polícia Científica do Tocantins, realizou a reconstrução de mais uma face em 3D de ossada não identificada para fins forenses. Os restos mortais esqueletizados utilizados para a reconstrução foram periciados e a perícia antropológica da ossada estudada estimou os dados biotipológicos, como sendo de um indivíduo do sexo masculino, com estatura estimada de 1,89 metros e idade estimada entre 20 e 35 anos com características físicas de indivíduo miscigenado.
A realização dessas reconstruções faciais forenses em crânios humanos só é possível graças a parceria entre a Secretaria da Segurança Pública do Tocantins (SSP-TO) e Universidades, como também ao Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (Procad). O programa é uma ação do governo que visa fomentar a cooperação acadêmica científica entre Instituições de Ensino Superior e órgãos de segurança pública para apoiar projetos voltados para a formação de recursos humanos qualificados, para a pesquisa científica e para o desenvolvimento tecnológico nas áreas de Segurança Pública e Ciências Forenses.
Conforme a superintendente da Polícia Científica do Tocantins, Dunya Wieczorek Spricigo de Lima, neste 30 de agosto – Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimento Forçado, instituído em 2010 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, divulgamos mais uma reconstrução facial de ossadas humanas, com o objetivo de aplicar técnicas que possam permitir o reconhecimento e identificação de pessoas desaparecidas por meio de imaginologia tridimensional, morfologia facial e reconstrução facial forense”, comemorou.
Reconstrução
O processo forense de reconstrução facial em 3D é realizado em duas etapas. Primeiro, os peritos do Núcleo especializado em Antropologia Forense e Odontologia Legal do IML/TO fazem a fotogrametria do crânio para obtenção das imagens, a análise morfológica do crânio e mandíbula (cranioscopia), mensura as medidas do crânio (craniometria) para o estabelecimento do perfil biotipológico.
Após realização da perícia na ossada, os dados são encaminhados para o Departamento Odontolegal da Universidade de Uberlândia, onde o professor doutor Thiago Beaini e equipe realizam a segunda etapa que consiste na reconstrução facial forense por meio de utilização de programas específicos, seguindo critérios e metodologias científicas para determinação de espessura de tecidos moles, anatomia do nariz, olhos e lábios.
“O projeto tem como objetivo a capacitação e o desenvolvimento de tecnologias nas áreas forenses. Mas acima de tudo, visa juntar forças das universidades e dos institutos de pesquisa para fazer todo o possível para auxiliar no reconhecimento e identificação de pessoas desaparecidas”, destacou.
As imagens obtidas são inseridas no programa que produzirá um modelo tridimensional realista do crânio. Adaptada sobre a topografia óssea do crânio, os tecidos moles proporcionarão uma estimativa da aparência do indivíduo periciado que pode ser compartilhada ou comparada ao banco de desaparecidos do Estado.
Para o Diretor do IML Luciano Fleury esse projeto vai colaborar para que crânios de ossadas existentes nos Institutos de Medicina Legal sejam reconstruídos e divulgados para possível reconhecimento de familiares de pessoas desaparecidas.
A responsável pelo projeto no Tocantins, perita oficial odontolegista Georgiana Ferreira Ramos, explica que a perícia está trabalhando na análise antropológica e reconstrução facial das ossadas existentes no IML com a finalidade de auxiliar na investigação desses indivíduos ainda não identificados. “Esperamos que algum familiar que busca por seu ente desaparecido, reconheça nessas imagens alguma semelhança do seu familiar e nos procure trazendo mais informações, para que possamos identificá-lo”, ressaltou.